Leitura bíblica: Salmos 51.1-13
Introdução
I. O pecado nos afasta de Deus
II. Confissão e Perdão
III. A restauração do pecador
Conclusão
PERDÃO E CONFISSÃO
Perdão. A doutrina do perdão, proeminente tanto no AT quanto no NT, refere-se ao estado ou ao ato de perdão, remissão de pecados, ou à restauração de um relacionamento amigável. Central à doutrina do AT está o conceito de cobrir o pecado da vista de Deus, representado pela palavra heb. Kapar (Salmos 78.38; cf. Dt 21.8; Jr 18.23). Isto é indicado pelas várias traduções da palavra tais como “apaziguar”, “ser misericordioso”, “fazer reconciliação”, e o uso mais proeminente na expressão “fazer expiação”.
Em Levítico 4.20 está declarado: “o sacerdote por eles fará propiciação [de kapar], e lhes será perdoado [de salah] o pecado”. Uma terceira palavra heb., na’as, ocorre frequentemente com ideia de “levantar” ou “dispersar” o pecado (Gn 50.17; Êx 10.17).
Destas passagens fica claro que o perdão depende de um pagamento justo, de uma penalidade pelo pecado. Os sacrifícios do AT proporcionaram tipicamente e profeticamente uma expectativa do sacrifício final de Cristo (cf. At 17.30; Rm 3.25). O perdão como um relacionamento entre Deus e o homem depende dos atributos divinos de justiça, amor e misericórdia, e é baseado na obra de Deus ao providenciar um sacrifício apropriado.
A doutrina do perdão antecipada no AT tem sua plena revelação em o NT. Aqui, três palavras principais se destacam: (1) “despedir” e “remissão” (Mt 6.12,14,15; 9.2,5,6 etc.); (2) “ser misericoridioso” (Lc 7.43; Ef 4.32; Cl 2.13; 3.13); (3) “soltar” (Lc 6.37). Em o Novo Testamento o perdão faz parte do programa total da salvação, proporcionado para aqueles que creem em Cristo. No perdão, a culpa pelo pecado é perdoada e substituída pela justificação, através da qual o pecador é declarado justo. O perdão está sempre incluído em toda a obra de Deus pelo pecador; ele é basicamente judicial, e provê a remissão ao pecador.
Um outro aspecto grande e importante da revelação do NT diz respeito aos cristãos que pecam. Embora judicialmente todos os pecados sejam perdoados quando o pecador é salvo através da fé (Jo 3.18; Cl 2.13), se o pecado entrar na vida de um cristão, ele afetará o relacionamento deste com o Pai Celestial. O perdão e a restauração da comunhão que se fazem necessários são efetuados mediante a confissão dos pecados (1 Jo 1.9) e o arrependimento (Lc 17.3,4; 24.47; At 5.31). O lado divino é zelado pela eficiência e pela eficácia da morte e intercessão de Cristo (1 Jo 2.1); Cristo roga ao Pai a favor do pecador com base em seu próprio sacrifício.
Portanto, todo pecado se torna imperdoável se o indivíduo passar desta vida para a eterna sem se beneficiar da graça divina, pois o perdão é concedido durante a nossa vida neste mundo.
O perdão também é uma obrigação no relacionamento entre os homens, e os crentes são exortados a perdoarem-se uns aos outros (Ef 4.32; cf. Mt 16.13,14).
Confissão. A palavra significa fazer uma admissão (geralmente com voz fraca) de uma mudança de posição. Quase todas as passagens bíblicas podem ser classificadas sob dois aspectos: uma confissão de pecado ou uma confissão de fé. A confissão de pecado é feita a Deus (Sl 32.3-6; 1 Jo 1.9), àquele que sofreu o dano (Lc 17.4), a um conselheiro espiritual (2 Sm 12.13; Tg 5.17), ou à congregação de crentes (1 Co 5.3ss; cf. 2 Co 2.6ss). A confissão de fé deve ser feita abertamente diante dos homens (Mt 10.32; Rm 10.9; 1 Tm 6.12,13; Hb 3.1; 4.14; 10.23). No final, todos os homens serão obrigados a confessar o senhorio de Cristo (Fp 2.11).
Texto adaptado da obra “Dicionário Bíblico Wycliffe”, Rio de Janeiro: CPAD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário