sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Aspectos da providência divina


Aspectos da providência divina na vida do cristã

1Pd.5.7  Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.

Aspectos da providência divina: Preservação

O relacionamento do crente com a providência divina:
1-    
Obedecer a Deus e à sua vontade revelada.
2-     Manter constante  harmonia com a vontade de Deus para sua vida, servindo e ajudando outras pessoas em no dEle.(At.18.9,10)
3-     Devemos amar a Deus e submeter-nos a Ele pela fé  em Cristo, se quisermos que Ele opere para o nosso bem em todas as coisas.(rm.8.28).


Mt.6.33  Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

“à vossa vida”
“pelo que haveis de comer”
“pelo que haveis de beber”
“quanto ao vosso corpo”(saúde)
“pelo que haveis de vestir”

Lc.18.29  E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus,
30  Que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna.

Bênçãos: Temporais e espirituais, prometidas.
Ex.23.25  E servireis ao SENHOR vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de vós as enfermidades.

Sl.81.16  E o sustentaria com o trigo mais fino, e o fartaria com o mel saído da rocha.

Is.30.23  Então te dará chuva sobre a tua semente, com que semeares a terra, como também pão da novidade da terra; e esta será fértil e cheia; naquele dia o teu gado pastará em largos pastos.


sábado, 25 de dezembro de 2010

A Águia e suas Qualidades


Is. 40.27-31
Por que dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao SENHOR, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus?
Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento.
Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.
Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão;
Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.



A Águia e suas Qualidades
                     A Águia é conhecida em toda terra como a rainha das aves.
Ela é a ave mais forte que existe na terra, podendo conduzir em vôo animais pequenos e até mesmo uma criança, tamanha sua resistência. Ela é a ave que voa mais alto, somente igualada em capacidade de vôo pelo condor. Na antiguidade, vários países e conquistadores usavam como insígnias de seus exércitos a figura de uma águia. Os exércitos romanos, os impérios da Rússia, Áustria, Prússia e até mesmo Napoleão também adotaram a águia como brasão.
                    
                     Nas Escrituras Sagradas, a águia é mencionada pelo próprio Deus como símbolo de “uma nação que voa como a águia contra ti de longe, da extremidade da terra, cuja língua não compreenderás; uma nação de rosto arrogante, que não respeitará ao velho, nem se compadecerá do moço;” (Dt. 28.49,50)

                     A estrutura óssea da águia é diferente de todas as outras aves.
Todas as aves que existem no mundo têm uma estrutura óssea comprida, mas a da águia é cilíndrica; por isso, ela é a única de grande porte que pode voar e descansar enquanto voa, ao contrário das outras que precisam descer para descansar.

                    A águia faz o seu ninho nas rochas e penhascos mais elevados, e nas árvores mais altas, para proteção e segurança de seus filhotes; por isso, é comparada aos seres celestiais (Ez. 1.10; Ap. 4.7).

                   A águia é a única que enfrenta uma tempestade. As demais, ao pressentirem uma tempestade, escondem-se. A águia, porém, passa por sobre a tempestade, e voa acima da turbulência das nuvens.

                  Ela tem a visão mais apurada do mundo animal. Em Jó. 39.28,29 está escrito: “   Nas penhas mora e habita; no cume das penhas, e nos lugares seguros.  Dali descobre a presa; seus olhos a avistam de longe.”. Ao longe, de distâncias impossíveis a olhos humanos, a águia avista a sua presa. Segundo os cientistas, ela pode enxergar até três quilômetros de distância.

                Ainda resta acrescentar o tamanho da águia adulta. A envergadura das asas, de ponta a ponta pode alcançar dois metros ou mais. Como pode uma ave desse porte voar acima de três mil metros de altura? As penas de vôo (que chamam remígios) chegam a ter 50 cm.  As pontas das asas são fendidas de modo que ela possa abrir os remígios separadamente como se fossem dedos. Com todo esse equipamento, ela pode considerar-se senhora do espaço.

               Diante de tantas qualidades, podemos entender que Deus criou a águia com propósitos especiais, para que nós pudéssemos extrair dela lições para nossas vidas. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a águia é comparada a diversas qualidades divinas e humanas.
 
A águia é um animal forte
João evangelista declarou: “Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.” (1 Jo. 2.14). Fortes como águias.

A águia é um animal veloz (percorre 300 Km por hora)
             Em Hebreus 12.1, o escritor sagrado nos convida a “correr” com paciência a carreira que nos está proposta. Velozes como águias.

 As águias habitam nas montanhas
Paulo disse em Ef. 1.3: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.” Cristo nos faz habitar nas alturas como as águias.

As águias fazem seus ninhos nas árvores mais altas e nas bordas dos penhascos como esconderijos
 A Bíblia diz em Cl. 3.3 "Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” Mais o nosso esconderijo é em Deus, através de Jesus Cristo.

A águia tem vocação de guerreira; ela como um soldado
Paulo disse em 2 Tm. 2.3: “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.” Guerreiros como águias, nos exércitos de Cristo Jesus.

A águia ensina seus filhos a voar de maneira singular
          Quando ela entende que já é chegado o tempo do seu filhote voar, ela o pega com seu bico, o suspende do ninho, o solta da maiores alturas e fica por cima para acompanhar o vôo. Se ela percebe que o filhote não voa, e vai cair , numa velocidade incrível ela sai de sobre o filhote e passa para debaixo dele e o apóia sobre suas asas.

A águia nunca perde suas forças
          Quando ela está ficando de plumagem velha, no seu próprio ninho ela começa a fazer exercícios musculares batendo suas asas sem sair do lugar, fazendo assim a sua velha plumagem cair, começando a aparecer novas penas. Isso se chama renovação das plumagens e de suas forças para voar. A Bíblia nos diz no Salmo 103.5 “Que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.” Renovados como águias.

          Deus nos ensina, através da águia, de que maneira podemos ser crentes fortes, sem penas velhas sem as quais não podemos voar, e ratifica isto fazendo uma maravilhosa promessa em Is. 40.31: “Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.”



                                                                

sábado, 11 de dezembro de 2010

A Oração que Conduz ao Perdão



Leitura bíblica: Salmos 51.1-13

Introdução
I. O pecado nos afasta de Deus
II. Confissão e Perdão
III. A restauração do pecador

Conclusão

PERDÃO E CONFISSÃO

Perdão. A doutrina do perdão, proeminente tanto no AT quanto no NT, refere-se ao estado ou ao ato de perdão, remissão de pecados, ou à restauração de um relacionamento amigável. Central à doutrina do AT está o conceito de cobrir o pecado da vista de Deus, representado pela palavra heb. Kapar (Salmos 78.38; cf. Dt 21.8; Jr 18.23). Isto é indicado pelas várias traduções da palavra tais como “apaziguar”, “ser misericordioso”, “fazer reconciliação”, e o uso mais proeminente na expressão “fazer expiação”. 
Em Levítico 4.20 está declarado: “o sacerdote por eles fará propiciação [de kapar], e lhes será perdoado [de salah] o pecado”. Uma terceira palavra heb., na’as, ocorre frequentemente com ideia de “levantar” ou “dispersar” o pecado (Gn 50.17; Êx 10.17).
Destas passagens fica claro que o perdão depende de um pagamento justo, de uma penalidade pelo pecado. Os sacrifícios do AT proporcionaram tipicamente e profeticamente uma expectativa do sacrifício final de Cristo (cf. At 17.30; Rm 3.25). O perdão como um relacionamento entre Deus e o homem depende dos atributos divinos de justiça, amor e misericórdia, e é baseado na obra de Deus ao providenciar um sacrifício apropriado.
A doutrina do perdão antecipada no AT tem sua plena revelação em o NT. Aqui, três palavras principais se destacam: (1) “despedir” e “remissão” (Mt 6.12,14,15; 9.2,5,6 etc.); (2) “ser misericoridioso” (Lc 7.43; Ef 4.32; Cl 2.13; 3.13); (3) “soltar” (Lc 6.37). Em o Novo Testamento o perdão faz parte do programa total da salvação, proporcionado para aqueles que creem em Cristo. No perdão, a culpa pelo pecado é perdoada e substituída pela justificação, através da qual o pecador é declarado justo. O perdão está sempre incluído em toda a obra de Deus pelo pecador; ele é basicamente judicial, e provê a remissão ao pecador.  
Um outro aspecto grande e importante da revelação do NT diz respeito aos cristãos que pecam. Embora judicialmente todos os pecados sejam perdoados quando o pecador é salvo através da fé (Jo 3.18; Cl 2.13), se o pecado entrar na vida de um cristão, ele afetará o relacionamento deste com o Pai Celestial. O perdão e a restauração da comunhão que se fazem necessários são efetuados mediante a confissão dos pecados (1 Jo 1.9) e o arrependimento (Lc 17.3,4; 24.47; At 5.31). O lado divino é zelado pela eficiência e pela eficácia da morte e intercessão de Cristo (1 Jo 2.1); Cristo roga ao Pai a favor do pecador com base em seu próprio sacrifício.
Portanto, todo pecado se torna imperdoável se o indivíduo passar desta vida para a eterna sem se beneficiar da graça divina, pois o perdão é concedido durante a nossa vida neste mundo.
O perdão também é uma obrigação no relacionamento entre os homens, e os crentes são exortados a perdoarem-se uns aos outros (Ef 4.32; cf. Mt 16.13,14).

Confissão. A palavra significa fazer uma admissão (geralmente com voz fraca) de uma mudança de posição. Quase todas as passagens bíblicas podem ser classificadas sob dois aspectos: uma confissão de pecado ou uma confissão de fé. A confissão de pecado é feita a Deus (Sl 32.3-6; 1 Jo 1.9), àquele que sofreu o dano (Lc 17.4), a um conselheiro espiritual (2 Sm 12.13; Tg 5.17), ou à congregação de crentes (1 Co 5.3ss; cf. 2 Co 2.6ss). A confissão de fé deve ser feita abertamente diante dos homens (Mt 10.32; Rm 10.9; 1 Tm 6.12,13; Hb 3.1; 4.14; 10.23). No final, todos os homens serão obrigados a confessar o senhorio de Cristo (Fp 2.11).  

Texto adaptado da obra “Dicionário Bíblico Wycliffe”, Rio de Janeiro: CPAD.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A PLENITUDE DO ESPÍRITO


A PLENITUDE DO ESPÍRITO Ef. 3.19.
A.      Definição.  Ter a plenitude do Espírito Santo, ou ser cheio do E. S. significa ser controlado pelo E.S. Ef.5.18.  E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;
Características.  1. A plenitude do E. S.  é uma ordem para o crente, (Ef. 5.18 o verbo é um imperativo).  2. A plenitude é passível de repetição (At. 2.4:   E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. E At.4.31.    E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. 3. A plenitude do Espírito produz semelhança a Cristo (Gl.5 22-23:   Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
 Contra estas coisas não há lei.)
B.      Condições para estar cheio do Espírito.
Uma vida dedicada.  A submissão ao controle do Espírito, embora ordenada, é voluntária e exige atos de dedicação. Isto inclui dois aspectos: dedicação inicial (Rm. 12.1,2:   ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
 E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.), e dedicação contínua da vida (Rm. 8. 14:  Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.). 2. Uma vida vitoriosa.  Vitória diária sobre o pecado no cotidiano é uma necessidade para esse controle do Espírito (Ef.4. 30:  E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção.).  Isto significa reagir corretamente à luz da Palavra à medida que esta é revelada (1Jo. 1.7:  Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.) 3. Uma vida de dependência.  Este é o significado de “andar no Espírito” (Gl.5.16:   Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.) D. Conseqüências. Ser cheio ou controlado pelo Espírito significa: 1. Um caráter semelhante ao de Cristo (Gl.5.22-23). 2. Adoração e louvor(EF. 5. 18-20: 18.  E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito;
19.  Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; 20.  Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo;).  3. Submissão (Ef.5.21). 4. Serviço (Jo.7.37-39: 37  E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.
38  Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.
39  E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.


sábado, 16 de outubro de 2010

A Oração Sábia

Lição 03
A Oração Sábia
Leitura Bíblica: 2 Crônicas 6.12,21,36,38,39

INTRODUÇÃO

I. VIVENDO A DIFERENÇA
II. AS CARACTERÍSTICAS DA ORAÇÃO DE SALOMÃO
III. A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA

CONCLUSÃO

ORAÇÕES QUE SOBEM AO CÉU
“E, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos”
(Ap 5.8)

O incenso era um ingrediente perfumado que fazia parte dos sacrifícios que eram oferecidos a Deus. Pelo texto em destaque e outros do Apocalipse, podemos entender que o incenso perfumado simbolizava as orações que subiam ao céu cheias de fé na bondade e no poder de Deus.
Ao longo de todo o período bíblico e da história do cristianismo, se destaca o valor da oração que expressa a sinceridade, a humildade e a fé daqueles que servem a Deus e o adoram em espírito e em verdade. Oração não é mera liturgia. É conversar com Deus, o Pai das luzes; é o modo de aproximar-se confiantemente do Pai das misericórdias. É o meio de comunicação com o céu mais eficiente do que todo o poder da mídia moderna. É o canal pelo qual vem do céu ao nosso coração a abundância da graça de Deus, plena de paz, alegria e certeza de que é a vontade do Pai dar-nos o reino eterno por herança. É no ambiente da oração que respiramos a atmosfera do céu. É na prática da oração que nossa fé cresce e se torna robusta, pois é aí que o Espírito Santo de Deus tem a maior oportunidade de revelar as dimensões da grandeza do poder e da bondade de Deus.
É quando oramos até sermos cheios do Espírito Santo, que Deus e o céu, com toda a beleza da glória, se tornam reais para nós. É quando oramos e somos possuídos inteiramente pelo Espírito Santo, que as nossas paixões são dominadas, as nossas dúvidas são vencidas, a nossa visão das riquezas de Deus é ampliada, as nossas forças são fortalecidas, a nossa fraqueza é descoberta, e o poder de Deus se aperfeiçoa em nós. É quando permanecemos em oração, não como quem faz um sacrifício, mas como quem se deleita na presença de Deus, que de nós se apodera “o espírito de sabedoria e revelação”. [1] E é aí que oramos, não apenas pedindo, mas agradecendo e adorando, e é este o incenso que junto com as orações dos santos sobem ao céu.
Vejamos outra vez o nosso texto base. Observe a importância desse cerimonial no céu: “E, quando [o Cordeiro] tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos”. Em Apocalipse, mas adiante, lemos: “E da mão do anjo subiu à presença de Deus o fumo do incenso, com as orações dos santos”. Esta é uma revelação clara de que as orações sinceras, quando são humildes e com fé, sobem ao céu, à presença de Deus. É muito importante considerarmos ainda, que as orações, que como incenso subiam à presença de Deus, estavam relacionadas com o ato da redenção efetuada por Cristo. Um pouco antes, no mesmo livro, lemos: “E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação”. [2]
Não há nada importante na Bíblia: nenhum feito heróico, nenhuma vitória brilhante, nenhuma vida santa, nenhuma prosperidade espiritual, que não esteja relacionada intimamente com as orações que sobem ao céu. Tudo acontece porque há na terra quem ore. Diante dessa visão de ter a sua oração incluída nessa taça, que fará você, então? Ore. Continue orando. Persevere em oração. Já sabemos o final da história, que a nossa oração é reconhecida diante de Deus. Portanto, ore!



TEXTO EXTRAÍDO DA OBRA “Guia Básico de Oração” Rio de Janeiro, CPAD.


Autor: Estevam Ângelo de Souza
Foi ministro do Evangelho, professor
de diversas matérias teológicas e
articulista dos periódicos e autor
de várias obras publicadas pela
CPAD.


[1] Efésios 1.17
[2] Apocalipse 8.4; 5.9

sábado, 18 de setembro de 2010

Histórico da Escola Dominical

Histórico da Escola Dominical

A minúscula semente de mostarda que se transformou numa grande árvore
A história da Escola Dominical
Por Ruth Doris Lemos:
Sentado a sua mesa de trabalho num domingo em outubro de 1780 o dedicado jornalista Robert Raikes procurava concentrar-se sobre o editorial que escrevia para o jornal de Gloucester, de propriedade de seu pai. Foi difícil para ele fixar a sua atenção sobre o que estava escrevendo pois os gritos e palavrões das crianças que brincavam na rua, debaixo da sua janela, interrompiam constantemente os seus pensamentos. Quando as brigas tornaram-se acaloradas e as ameaças agressivas, Raikes julgou ser necessário ir à janela e protestar do comportamento das crianças. Todos se acalmaram por poucos minutos, mas logo voltaram às suas brigas e gritos. 

Robert Raikes contemplou o quadro em sua frente; enquanto escrevia mais um editorial pedindo reforma no sistema carcerário. Ele conclamava as autoridades sobre a necessidade de recuperar os encarcerados, reabilitando-os através de estudo, cursos, aulas e algo útil enquanto cumpriam suas penas, para que ao saírem da prisão pudessem achar empregos honestos e tornarem-se cidadãos de valor na comunidade. Levantando seus olhos por um momento, começou a pensar sobre o destino das crianças de rua; pequeninos sendo criados sem qualquer estudo que pudesse lhes dar um futuro diferente daquele dos seus pais. Se continuassem dessa maneira, muitos certamente entrariam no caminho do vício, da violência e do crime. 

A cidade de Gloucester, no Centro-Oeste da Inglaterra, era um pólo industrial com grandes fábricas de têxteis. Raikes sabia que as crianças trabalhavam nas fábricas ao lado dos seus pais, de sol a sol, seis dias por semana. Enquanto os pais descansavam no domingo, do trabalho árduo da semana, as crianças ficavam abandonadas nas ruas buscando seus próprios interesses. Tomavam conta das ruas e praças, brincando, brigando, perturbando o silêncio do sagrado domingo com seu barulho. Naquele tempo não havia escolas públicas na Inglaterra, apenas escolas particulares, privilégio das classes mais abastadas que podiam pagar os custos altos. Assim, as crianças pobres ficaram sem estudar; trabalhando todos os dias nas fábricas, menos aos domingos. 

Raikes sentiu-se atribulado no seu espírito ao ver tantas crianças desafortunadas crescendo desta maneira; sem dúvida, ao atingir a maioridade, muitas delas cairiam no mundo do crime. O que ele poderia fazer? 

Por um futuro melhor

Sentado a sua mesa, e meditando sobre esta situação, um plano nasceu na sua mente. Ele resolveu fazer algo para as crianças pobres, que pudesse mudar seu viver, e garantir-lhes um futuro melhor! Pondo ao lado seu editorial sobre reformas nas prisões, ele começou a escrever sobre as crianças pobres que trabalhavam nas fábricas, sem oportunidade para estudar e se preparar para uma vida melhor. Quanto mais ele escrevia, mais sentia-se empolgado com seu plano de ajudar as crianças. Ele resolveu neste primeiro editorial somente chamar atenção à condição deplorável dos pequeninos, e no próximo ele apresentaria uma solução que estava tomando forma na sua mente. 

Quando leram seu editorial, houve alguns que sentiram pena das crianças, outros que acharam que o jornal deveria se preocupar com assuntos mais importantes do que crianças, sobretudo, filhos dos operários pobres! Mas Robert Raikes tinha um sonho e este estava enchendo seu coração e seus pensamentos cada vez mais! No editorial seguinte, expôs seu plano de começar aulas de alfabetização, linguagem, gramática, matemática, e religião para as crianças, durante algumas horas de domingo. Fez um apelo, através do jornal, para mulheres com preparo intelectual e dispostas a ajudar-lhes neste projeto, dando aulas nos seus lares. Dias depois um sacerdote anglicano indicou professoras da sua paróquia para o trabalho. 

O entusiasmo das crianças era comovente e contagiante. Algumas não aceitaram trocar a sua liberdade de domingo, por ficar sentadas na sala de aula, mas eventualmente todos estavam aprendendo a ler, escrever e fazer as somas de aritmética. As histórias e lições bíblicas eram os momentos mais esperados e gostosos de todo o currículo. Em pouco tempo, as crianças aprenderam não somente da Bíblia, mas lições de moral, ética, e educação religiosa. Era uma verdadeira educação cristã. 

Robert Raikes, este grande homem de visão humanitária, não somente fazia campanhas através de seu jornal para angariar doações de material escolar, mas também agasalhos, roupas, sapatos para as crianças pobres, bem como mantimentos para preparar-lhes um bom almoço aos domingos. Ele foi visto freqüentemente acompanhado de seu fiel servo, andando sob a neve, com sua lanterna nas noites frias de inverno. Raikes fazia isto nos redutos mais pobres da cidade para levar agasalho e alimento para crianças de rua que morreriam de frio se ninguém cuidasse delas; conduzindo-as para sua casa, até encontrar um lar para elas. 

As crianças se reuniam nas praças, ruas e em casas particulares. Robert Raikes pagava um pequeno salário às professoras que necessitavam, outras pagavam suas despesas do seu próprio bolso. Havia, também, algumas pessoas altruistas da cidade, que contribuíam para este nobre esforço. 

Movimento mundial 

No começo Raikes encontrou resistência ao seu trabalho, entre aqueles que ele menos esperava - os líderes das igrejas. Achavam que ele estava profanando o domingo sagrado e profanando as suas igrejas com as crianças ainda não comportadas. Havia nestas alturas algumas igrejas que estavam abrindo as suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito salutar que estas tinham sobre as crianças e jovens da cidade. Grandes homens da igreja, tais como João Wesley, o fundador do metodismo, logo ingressaram entusiasticamente na obra de Raikes, julgando-a ser um dos trabalhos mais eficientes para o ensino da Bíblia. 

As classes bíblicas começaram a se propagar rapidamente por cidades vizinhas e, finalmente, para todo o país. Quatro anos após a fundação, a Escola Dominical já tinha mais de 250 mil alunos, e quando Robert Raikes faleceu em 1811, já havia na Escola Dominical 400 mil alunos matriculados. 

A primeira Associação da Escola Dominical foi fundada na Inglaterra em 1785, e no mesmo ano, a União das Escolas Dominicais foi fundada nos Estados Unidos. Embora o trabalho tivesse começado em 1780, a organização da Escola Dominical em caráter permanente, data de 1782. No dia 3 de novembro de 1783 é celebrada a data de fundação da Escola Dominical. Entre as igrejas protestantes, a Metodista se destaca como a pioneira da obra de educação religiosa. Em grande parte, esta visão se deve ao seu dinâmico fundador João Wesley, que viu o potencial espiritual da Escola Dominical e logo a incorporou ao grande movimento sob sua liderança. 

A Escola Bíblica Dominical surgiu no Brasil em 1855, em Petrópolis (RJ). O jovem casal de missionários escoceses, Robert e Sarah Kalley, chegou ao Brasil naquele ano e logo instalou uma escola para ensinar a Bíblia para as crianças e jovens daquela região. A primeira aula foi realizada no domingo, 19 de agosto de 1855. Somente cinco participaram, mas Sarah, contente com “pequenos começos”, contou a história de Jonas, mais com gestos,do que palavras, porque estava só começando a aprender o português. Ela viu tantas crianças pelas ruas que seu coração almejava ganhá-las para Jesus. A semente do Evangelho foi plantada em solo fértil. 

Com o passar do tempo, aumentou tanto o número de pessoas estudando a Bíblia, que o missionário Kalley iniciou aulas para jovens e adultos. Vendo o crescimento, os Kalleys resolveram mudar para o Rio de Janeiro, para dar uma continuidade melhor ao trabalho e aumentar o alcance do mesmo. Este humilde começo de aulas bíblicas dominicais deu início à Igreja Evangélica Congregacional no Brasil. 

No mundo há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem sem pensar ou imaginar a extensão de influência que seus atos podem ter. Certamente, Robert Raikes nunca imaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres e analfabetas da sua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer para ser um grande movimento mundial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, em mais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plantada e regada, que cresceu para ser uma grande árvore cujos galhos estendem-se ao redor do globo. 


Ruth Dorris Lemos é missionária norte-americana em atividade no Brasil, jornalista, professora de Teologia e uma das fundadoras do Instituto Bíblico da Assembleia de Deus (IBAD), em Pindamonhangaba (SP)

A CPAD e a Escola Dominical
A CPAD tem uma trajetória marcante na Escola Dominical das igrejas brasileiras. As primeiras revistas começaram a ser publicadas em forma de suplemento do primeiro periódico das Assembleias de Deus – jornal Boa Semente, que circulou em Belém, Pará, no início da década de 20. O suplemento era denominado Estudos Dominicais, escritos pelo missionário Samuel Nystrom, pastor sueco de vasta cultura bíblica e secular, e com lições da Escola Dominical em forma de esboços, para três meses. Em 1930, na primeira convenção geral das Assembleias de Deus realizada em Natal (RN) deu-se a fusão do jornal Boa Semente com um outro similar que era publicado pela igreja do Rio de Janeiro, O Som Alegre, originando o MENSAGEIRO DA PAZ. Nessa ocasião (1930) foi lançada no Rio de Janeiro a revista Lições Bíblicas para as Escolas Dominicais. Seu primeiro comentador e editor foi o missionário Samuel Nystrom e depois o missionário Nils Kastberg.

Nos seus primeiros tempos a revista Lições Bíblicas era trimestral e depois passou a ser semestral. As razões disso não eram apenas os parcos recursos financeiros, mas principalmente a morosidade e a escassez de transporte de cargas, que naquele tempo era todo marítimo e somente costeiro; ao longo do litoral. A revista levava muito tempo para alcançar os pontos distantes do país. Com a melhora dos transportes a revista passou a ser trimestral. 

Na década de 50 o avanço da CPAD foi considerável. A revista Lições Bíblicas passou a ter como comentadores homens de Deus como Eurico Bergstén, N. Lawrence Olson, João de Oliveira, José Menezes e Orlando Boyer. Seus ensinos seguros e conservadores, extraídos da Bíblia, forjaram toda uma geração de novos crentes. Disso resultou também uma grande colheita de obreiros para a seara do Mestre. 

As primeiras revistas para as crianças só vieram a surgir na década de 40, na gestão do jornalista e escritor Emílio Conde, como editor e redator da CPAD. A revista, escrita pelas professoras Nair Soares e Cacilda de Brito, era o primeiro esforço da CPAD para melhor alcançar a população infantil das nossas igrejas. Tempos depois, o grande entusiasta e promotor da Escola Dominical entre nós, pastor José Pimentel de Carvalho, criou e lançou pela CPAD uma nova revista infantil, a Minha Revistinha , que por falta de apoio, de recursos, de pessoal, e de máquinas apropriadas, teve vida efêmera. 

Usava-se o texto bíblico e o comentário das Lições Bíblicas (jovens e adultos) para todas as idades. Muitos pastores, professores e alunos da Escola Dominical reclamavam das dificuldades insuperáveis de ensinar assuntos sumamente difíceis, impróprios e até inconvenientes para os pequeninos.

Escola Bíblica no Rio de Janeiro, em abril de 1946
 





Na década de 70 acentuava-se mais e mais a necessidade de novas revistas para a Escola Dominical, graduadas conforme as diversas faixas de idade de seus alunos. Isto acontecia, principalmente, à medida que o CAPED (Curso de Aperfeiçoamento de Professores da Escola Dominical), lançado pela CPAD em 1974, percorria o Brasil.
Foi assim que, também em 1974, com a criação do Departamento de Escola Dominical (atual Setor de Educação Cristã), começa-se a planejar e elaborar os diversos currículos bíblicos para todas as faixas etárias, bem como suas respectivas revistas para aluno e professor, e também os recursos visuais para as idades mais baixas.
O plano delineado em 1974 e lançado na gestão do pastor Antônio Gilberto, no Departamento de Escola Dominical, foi reformulado e relançado em 1994 na gestão do irmão Ronaldo Rodrigues, Diretor Executivo da CPAD, de fato, só foi consumado em 1994, depois que todo o currículo sofreu redirecionamento tendo sido criadas novas revistas como as da faixa dos 15 a 17 anos e as do Discipulado para novos convertidos, desenhados novos visuais, aumentado a quantidade de páginas das revistas de alunos e mestres e criado novo padrão gráfico-visual de capas e embalagem dos visuais.

Após duas edições das revistas e currículos (1994 a 1996 e 1997 a 1999), a CPAD apresentou em 2000, uma nova edição com grandes novidades nas áreas pedagógicas, gráficas e visuais.
Em 2007, mais uma vez a CPAD sai na frente com a publicação do novo currículo (vigente) — fundamentado nas atuais concepções e pressupostos da Didática, Pedagogia e Psicologia Educacional. 




Missionário Eurico Bérgsten e esposa


Missionário Samuel Nyström